Esse foi o caso do ex-militar aposentado Eduardo Ferro, participante das operações repressivas do Plano Condor que operou os regimes de fato no cone sul-americano no século passado.
O caso investiga o sequestro e os maus-tratos dos militantes do Partido por la Victoria del Pueblo (PVP), Liliam Celiberti, Universindo Rodríguez e dois filhos de Celiberti, ocorridos em novembro de 1978 em Porto Alegre, em uma operação conjunta das forças de segurança do Uruguai e do Brasil.
Após serem sequestradas, as vítimas foram transferidas ilegalmente para o Uruguai, onde foram submetidas a torturas e presas até serem libertadas em novembro de 1983.
Ferro havia sido condenado em 2023 pelo desaparecimento forçado de Oscar Tassino em julho de 1977.
Esta semana, o sistema judiciário uruguaio também ordenou o julgamento e a prisão do coronel aposentado Luis Agosto, outro ex-militar acusado de violações dos direitos humanos durante a ditadura que reinou no país entre 1973 e 1985.
Agosto é acusado de crimes contra a humanidade contra militantes do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros que foram detidos e torturados no quartel La Paloma do exército.
Isso fez parte da Operação Morgan, que tinha como objetivo destruir a estrutura do Partido Comunista do Uruguai e da União de Jovens Comunistas.
As vítimas foram detidas ilegalmente, encapuzadas, incomunicáveis, submetidas a tratamento cruel e desumano – espancamentos, falta de comida, água, sono, acesso limitado ao banheiro e “waterboarding”, afirma a decisão da juíza Isaura Tortora.
Esta semana também foi anunciado o indiciamento com prisão dos oficiais militares aposentados Enrique Buzó e Néstor Silvera, também por crimes contra os direitos humanos.
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