O Dr. Finlay, o mais profundo e intenso pesquisador dessa doença, concluiu que, entre um indivíduo infectado e um saudável, havia um agente independente que a transmitia, e conseguiu identificar o Aedes aegypti como o vetor biológico, de acordo com o site da Organização Pan-Americana de Saúde.
Sua vitória seria ocultada pelos Estados Unidos em favor do americano Walter Reed, que em 1901 presidiu a quarta comissão americana que foi a Cuba justamente para “demonstrar” in loco que a febre amarela tinha origem bacteriana e que, portanto, Finlay estava equivocado.
O médico cubano esteve no país em fevereiro de 1881 para apresentar seu trabalho “The mosquito hypothetically considered as the agent of yellow fever transmission”, e foi ignorado.
Entretanto, a oposição ao reconhecimento de Reed como o verdadeiro descobridor ficou clara quando a França decidiu conceder a Finlay, em 1911, a ordem oficial da Legião de Honra, e a Inglaterra a medalha Mary Kinsley, concedida no mundo apenas aos cientistas Mauson, Ross e ao brilhante Koch, descobridor do bacilo da tuberculose.
Da mesma forma, o XIV Congresso Internacional de História da Medicina, realizado em Roma em 1954, ratificou o cubano como o único descobridor do agente transmissor da febre amarela e a aplicação de sua doutrina no saneamento dos trópicos.
Dois anos depois, a mesma reunião realizada na Espanha, concordou em realizar uma intensa campanha para que os livros didáticos, os dicionários enciclopédicos e a mídia não atribuíssem a outras pessoas a glória que lhe pertencia por direito.
Finlay foi indicado sete vezes para o Prêmio Nobel de Medicina, mas os Estados Unidos sempre se opuseram. Na década de 1950, a verdade histórica foi finalmente esclarecida e o Dia da Medicina Latino-Americana foi estabelecido em reconhecimento ao cubano.
Em 25 de maio de 1981, a Unesco instituiu pela primeira vez o Prêmio Internacional Carlos J. Finlay, para reconhecer os avanços em microbiologia, e incluiu o estudioso em sua revista como um dos seis microbiologistas mais destacados da história mundial.
Para comemorar essa data, Cuba está realizando um Dia de Homenagem ao Trabalhador da Saúde, que começa em 22 de novembro com o Dia do Farmacêutico.
No dia anterior, na sede do Ministério da Saúde Pública de Cuba (Minsap), foram reconhecidos profissionais que se destacaram por sua dedicação e compromisso durante a contingência eletroenergética que o país teve que enfrentar e no período de recuperação após os furacões Oscar e Rafael, de acordo com o site do Minsap.
”Nesta segunda-feira, comemoramos em @MINSAPCuba o Dia da Medicina Latino-Americana, onde reconhecemos os trabalhadores de destaque do nosso centro, por sua dedicação em tempos tão complexos, com desafios múltiplos. Obrigado a todos por sempre acompanharem a defesa da vida”, escreveu o ministro José Ángel Portal em sua conta no X.
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