A declaração foi feita a jornalistas pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, que afirmou que a investigação é “muito responsável” e que todas as evidências, como depoimentos e trocas de mensagens, apoiam a acusação.

A PF, que em novembro entregou um relatório oficial sobre a investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora está nas mãos da Procuradoria Geral da República, revelou que Bolsonaro sabia do plano dos militares para assassinar Lula após as eleições de 2022. De acordo com o documento desclassificado, os golpistas uniformizados também pretendiam eliminar o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

De acordo com o documento policial, as provas reunidas demonstram inequivocamente que Bolsonaro “planejou, agiu e teve controle direto e efetivo dos atos praticados pela organização criminosa que visava dar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito”.

A declaração da PF especifica que a trama não ocorreu apenas devido a eventos fora do controle do ex-governador (2019-2022).

“Todas as evidências indicam que sim, o ex-presidente sabia sobre o plano de golpe… Testemunhos, troca de mensagens. É uma investigação muito responsável. Não são ‘vozes na minha cabeça’. Tudo o que está lá tem suporte factual”, enfatizou Passos Rodrigues.

A agência de aplicação da lei também prendeu recentemente quatro militares e um policial, acusados de planejar o ataque violento, com o objetivo de estabelecer um regime de crise no lugar do governo.

No âmbito dessas investigações, a provável ligação de Bolsonaro com esse grupo está sendo examinada.

Questionado sobre isso e sobre a possibilidade de um quinto assunto, o chefe de polícia respondeu que, apesar da conclusão do relatório de 884 páginas, ainda há processos em andamento e que outros aditamentos podem ser enviados à Suprema Corte.

“Houve mais mídias apreendidas [na Operação Contra-Golpe] e também houve uma decisão recente do ministro relator [De Moraes] de realizar uma audiência para determinadas pessoas. Então, isso ainda está sendo processado”, explicou.

Agora, a Procuradoria Geral da República poderá usar dados de três frentes de investigação sobre Bolsonaro para formular uma única denúncia formal. Eles aparecem como os três lados da investigação: a tentativa de golpe, o dossiê das joias sauditas e a fraude do cartão de vacinação anti-Covid-19.

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