De acordo com a legisladora Emilia Nuyado, o desaparecimento de um representante da comunidade que recebeu ameaças de um empresário por proteger uma floresta nativa na comuna de Máfil é um incidente grave.
Acreditamos que há um motivo político e econômico por trás disso, disse Nuyado, citado pelo jornal chileno El Clarín.
O parlamentar mapuche pediu ao Ministério do Interior que criasse uma equipe especializada para investigar o caso.
Na opinião de Marcos Ilabaca, também membro do parlamento da região de Los Ríos, é necessário que o Ministério Público nomeie um promotor exclusivo, levando em conta as circunstâncias e o trabalho de Julia Chuñil em sua luta pelo meio ambiente.
“Estamos falando de um líder indígena que desaparece depois de ser assediado insistentemente desde 2018. Um caso como esse é motivo de preocupação, pois abre um precedente ruim para o país e para o Estado de Direito”, disse Ilabaca.
Julia Chuñil, 73 anos, é presidente da comunidade indígena de Putreguel, em Los Ríos, e em 2018 liderou um esforço fundamental para preservar 900 hectares de floresta nativa, pelo qual recebeu ataques verbais de empresários interessados na exploração madeireira.
“Antes era Macarena Valdés e Nicolasa Quintreman, hoje é Julia Chuñil. No Chile, os defensores dos direitos humanos continuam a ser ameaçados e perseguidos”, escreveu o deputado Gael Yeomans em sua conta no X.
O líder mapuche foi visto pela última vez em 8 de novembro, quando saiu para alimentar seus animais.
Sua família entrou com uma ação judicial no Tribunal de Garantia de Los Lagos, com o apoio da organização não governamental Escazú Ahora, uma fundação que protege os defensores dos direitos ambientais.
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