De acordo com cifras divulgadas pela agência, apenas três dos 101 pedidos de entrega de alimentos à província do norte foram atendidos pelas autoridades israelenses.
Esta semana, uma caravana conjunta de nove caminhões da ONU chegou com sucesso à cidade de Beit Hanoun, uma comunidade que ficou sem ajuda por mais de 75 dias.
Imagens feitas pela equipe da ONU mostraram moradores desesperados saindo correndo dos abrigos para pegar água engarrafada, farinha e alimentos enlatados.
Em resposta, o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, alertou que o cerco quase total ao norte está aumentando o espectro da fome.
Em sua opinião, a situação no sul de Gaza, extremamente superlotado, está criando condições de vida horríveis e necessidades humanitárias ainda maiores com a aproximação do inverno.
Juntamente com as severas restrições à entrada de ajuda alimentar, o cerco cada vez mais apertado deixou cerca de 15 mil pessoas sem acesso a alimentos, água, eletricidade ou assistência médica, disse a agência.
Como resultado, acrescentou Fletcher, Gaza se tornou o local mais perigoso do mundo para a entrega de ajuda, em um ano em que mais trabalhadores humanitários foram mortos do que em qualquer outro ano já registrado.
No início de dezembro, as agências da ONU estimaram que entre 65 mil e 75 mil civis permaneciam isolados no norte do enclave costeiro em condições de sobrevivência cada vez mais difíceis.
Mais de 44 mil palestinos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início do conflito, há mais de 14 meses, e mais de 105 mil ficaram feridos, de acordo com dados oficiais.
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