Em seu discurso para milhares de fiéis e peregrinos ao meio-dia desta quarta-feira, o Papa pediu que, para pôr fim à guerra em solo ucraniano, “devemos ter a audácia de abrir a porta para negociações e gestos de diálogo e encontro, a fim de chegar a uma paz justa e duradoura”.
Ele se referiu à complexa situação no Oriente Médio e expressou seus pensamentos “em particular à comunidade de Gaza, onde a situação humanitária é extremamente grave”, devido aos ataques israelenses, que já causaram cerca de 44.000 mortes, e apelou para “a libertação de reféns e ajuda para a população exausta pela fome e pela guerra”.
“Também tenho em meu coração a comunidade cristã no Líbano, especialmente no sul, e na Síria, neste momento tão delicado”, disse ele, e insistiu que ‘as portas do diálogo e da paz sejam abertas em toda a região, dilacerada pelo conflito’.
Ele pediu às autoridades políticas e a todas as pessoas de boa vontade nas Américas que encontrem “soluções eficazes na verdade e na justiça” para promover a harmonia social neste Ano Jubilar, “para construir o bem comum e redescobrir a dignidade de cada pessoa, superando as divisões políticas”.
Ele também se referiu à situação crítica na República Democrática do Congo, onde milhares de crianças estão morrendo devido à epidemia de sarampo, bem como aos problemas enfrentados pelas populações de Burkina Faso, Mali, Níger e Moçambique, que estão enfrentando uma crise humanitária.
Ele também se referiu aos povos dos países do Chifre da África “para os quais imploro os dons da paz, da harmonia e da fraternidade”, e à necessidade do compromisso da comunidade internacional com a ajuda humanitária para o povo do Sudão e a promoção de negociações para que um cessar-fogo seja cumprido.
“Que a proclamação do Natal traga conforto ao povo de Mianmar que, por causa dos contínuos confrontos armados, está sofrendo muito e é forçado a fugir de suas casas”, acrescentou.
Na missa da véspera de Natal, celebrada no dia anterior após abrir a porta da Basílica de São Pedro para marcar o início do Jubileu de 2025 da Igreja Católica, o Papa Francisco pediu que “pensemos nas guerras, nas crianças que são baleadas, nas bombas que atingem escolas e hospitais”.
O Pontífice nos exortou a “traduzir a esperança nas situações de nossas vidas” e a “ficar indignados com as coisas que estão erradas e ter a coragem de mudá-las”, como “peregrinos em busca da verdade” para transformar um mundo desfigurado pela lógica do lucro, atormentado pela pobreza, escravidão e conflito.
ro/ort/hb