Depois que os tribunais devolveram Abad ao cargo, Noboa, por meio de um decreto executivo, ordenou que ela se mudasse para a embaixada equatoriana em Ancara antes de 27 de dezembro para desempenhar suas funções como conselheira temporária.
No entanto, sua defesa garantiu que a vice-governante não se apresentará nesta data, mas aproveitará o período de 30 dias estabelecido pela Lei Orgânica do Serviço Exterior para funcionários diplomáticos.
“Vamos fazer nossa transferência dentro dos 30 dias que a lei nos permite. Qualquer ação futura que pretenda restabelecer uma violação do dever é ilegal”, disse a advogada Doménica Dávila, em entrevista à estação de rádio Radio Pichincha.
Nesta terça-feira, Abad publicou uma carta dirigida aos equatorianos na qual pede a ação de entidades nacionais e internacionais em relação ao seu caso, que ela descreveu como “a consumação do golpe de Estado anunciado”, apesar da decisão que anulou a sanção do Ministério do Trabalho contra ela.
“Meus direitos constitucionais foram ratificados por essa decisão corajosa da juíza Nubia Vera, que decidiu romper o medo do poder e as ameaças denunciadas ao país”, disse Abad.
Após a sentença, ele disse que foi até a vice-presidência, mas não conseguiu entrar nos escritórios, que estavam cercados, militarizados e fechados ao público, enquanto o presidente, Daniel Noboa, anunciava a ordem de sua transferência imediata para a Turquia.
Por outro lado, um juiz do Tribunal Contencioso Eleitoral (TCE) negou a ação de Abad contra Noboa, a Ministra das Relações Exteriores, Gabriela Sommerfeld, e outros funcionários que ela acusou de violência política baseada em gênero, informou o canal Teleamazonas.
“Os direitos da reclamante como vice-presidente da República não foram restringidos ou diminuídos”, disse o veredicto do magistrado Guillermo Ortega.
Tudo isso está acontecendo quando a campanha eleitoral se aproxima e Noboa, de acordo com a lei, deve pedir licença para participar de atividades de campanha com vistas à reeleição. Para isso, ele teria que confiar a presidência ao segundo em comando.
No entanto, o Ministro do Governo, José de la Gasca, ressaltou que o presidente não poderia se valer deste regulamento, pois não está optando pela reeleição, já que foi eleito para terminar o período correspondente a Guillermo Lasso, que ativou a morte cruzada em 2023.
Para Abad, a disposição de enviá-la à Turquia é “um novo insulto aos equatorianos” com o qual o presidente busca “ter uma vantagem sobre os outros candidatos presidenciais” ao não ceder o poder para a campanha antes das eleições de 9 de fevereiro de 2025.
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