Depois de vencer as eleições de forma esmagadora em junho do ano passado, o presidente sucedeu ao ex-governador Andrés Manuel López Obrador, promotor da considerada quarta transformação da vida pública neste país latino-americano.

Através de uma mensagem transmitida em 31 de dezembro, Sheinbaum destacou que naquela eleição quase 36 milhões de cidadãos “decidiram duas coisas muito importantes: a primeira, que a quarta transformação continue, e a segunda, que uma mulher governará o México pela primeira vez”.

Entre os últimos dias do mandato de López Obrador e os pouco mais de três meses de gestão do atual chefe do Executivo, a nação assistiu à promulgação de reformas à Constituição que, segundo a própria governante, devolvem sentido social à Magna Carta

Destaca-se aquela relativa ao poder judiciário, que permitirá a eleição por voto popular de juízes, magistrados e ministros no dia 1º de junho deste ano, algo inédito no país, bem como a inclusão no texto constitucional da igualdade substantiva de mulheres.

Também estão incluídas a recuperação da Comissão Federal de Eletricidade e da Mexican Petroleum como empresas públicas do Estado; o reconhecimento dos povos indígenas e afro-mexicanos como sujeitos de direito e a integração de todos os programas sociais na lei fundamental.

Além de manter os programas sociais concebidos durante a gestão de López Obrador, como prometeu fazer, a chefe de Estado acrescentou outros três, entre eles, aquele destinado a beneficiar com pensão as mulheres entre os 60 e os 64 anos.

Uma segunda iniciativa dará apoio às famílias com crianças e adolescentes matriculados na educação infantil, ensino fundamental ou médio público, e a terceira, chamada Saúde Casa por Casa, busca melhorar a qualidade de vida de idosos e pessoas com deficiência.

No que diz respeito à segurança, classificada como a principal preocupação dos mexicanos, o governo implementa uma estratégia baseada na atenção às causas, consolidação da Guarda Nacional, fortalecimento da inteligência e investigação e coordenação com os entes federais.

Como resultado, os números oficiais indicam que entre 1 de outubro e 15 de dezembro de 2024, as autoridades mexicanas capturaram 6.745 pessoas por crimes de grande impacto e apreenderam 3.023 armas de fogo e mais de 60 toneladas de drogas.

A nível internacional, as ameaças feitas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a realização de deportações em massa ou o aumento de tarifas sobre produtos desta nação, foram respondidas por Sheinbaum com inteligência e firmeza, segundo segundo analistas.

A presidente manifestou em diversas ocasiões a vontade do seu governo de colaborar e coordenar-se com o vizinho do norte em diversas questões, mas sem se subordinar, e ratificou a defesa dos seus compatriotas nos Estados Unidos e da soberania e independência do país latino-americano.

De acordo com um inquérito realizado em Dezembro e publicado pelo jornal El Financiero, Sheinbaum tem um índice de aprovação de 78 por cento, o nível mais elevado registado até agora por esse inquérito, precedido por um apoio de 70 por cento em Outubro e de 69 em Novembro.

Desta vez, apenas 18% dos consultados desaprovaram o trabalho do presidente.

Relativamente às qualidades do governante, o estudo registou 75 por cento de opinião positiva na honestidade, 74 na liderança e 67 na capacidade de entrega de resultados.

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