Desde a tarde de quinta-feira e até domingo, 12 de janeiro, Gellibert está à frente do Governo, já que por decreto executivo o presidente a nomeou vice-presidente interina em substituição à titular, Verónica Abad.
Em uma entrevista coletiva, Abad acusou o governo de violar a ordem constitucional e orquestrar um golpe ao não nomeá-lo presidente, pelo que entrou com ações judiciais para anular os decretos executivos 500 e 494, que nomearam Gellibert.
A trama jurídica ficou ainda mais complicada depois que a Assembleia Nacional (Parlamento) devolveu o decreto 500 ao Governo.
O secretário do órgão legislativo, Alejandro Muñoz, alertou que se o presidente nomear Gellibert como chefe do poder executivo — como de fato aconteceu — ambos poderão enfrentar problemas legais.
Da mesma forma, Muñoz afirmou que para o Parlamento equatoriano “a vice-presidente interina é a Sra. María Verónica Abad”, pois não houve nenhuma declaração de ausência temporária ou abandono do cargo por parte da presidente eleita nas urnas em 2023.
Em sua opinião, o presidente cometeu vários erros legais ao não solicitar licença para fazer campanha durante toda a fase de proselitismo e também ao confiar o poder a outro funcionário que não é Abad.
Pelo menos quatro candidatos presidenciais acusaram o presidente de supostas violações eleitorais, algo que foi descartado pelo Ministro do Governo, José de la Gasca, que disse que “em nenhum dos casos o presidente violou a lei ou a Constituição”.
O juiz do Tribunal Contencioso Eleitoral (TCE), Fernando Muñoz, rejeitou uma denúncia apresentada pelo candidato do movimento Avanza, Luis Felipe Tillería, contra Noboa, por suposta infração eleitoral grave.
No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral informou que monitorará eventuais irregularidades e, se for o caso, encaminhará a denúncia ao TCE.
Enquanto isso, o Controlador Geral do Estado, Mauricio Torres, disse que, com base nas denúncias apresentadas pelo Sindicato Nacional dos Educadores, analisará se Noboa utilizou recursos públicos em eventos de campanha.
O Equador está em meio a uma fase de campanha antes das eleições de 9 de fevereiro, onde Noboa é um dos 16 candidatos a chegar ao Palácio Carondelet, sede do Executivo nacional.
O Código da Democracia, em seu artigo 93, exige licença não remunerada para funcionários que buscam a reeleição.
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