Organizações sociais e religiosas defenderam esta quarta-feira a eliminação da Lei Geral de Mineração Metálica aprovada pela Assembleia Legislativa e assinada pelo presidente em 23 de dezembro de 2024.
A eliminação, disseram, é a única forma de evitar “consequências ambientais, sociais e económicas irreversíveis”, algo que contrasta com a posição do governo que considera a exploração mineira necessária para obter recursos que ajudem a limpar as fontes de água e a desenvolver o país.
Um comunicado de mais de 30 organizações lamentou que o governo e a Assembleia Legislativa não tenham ouvido o clamor da “grande maioria da população” e instou os salvadorenhos à “resistência cidadã e popular” contra as regulamentações promovidas pelo presidente.
“Unimo-nos aos múltiplos apelos para reverter esta lei, consideramos que as autoridades competentes ainda têm nas mãos a possibilidade de evitar uma catástrofe nacional de graves proporções e de consequências ambientais, sociais e económicas irreversíveis”, disse Guadalupe Cortés, bispo da Igreja Luterana.
A freira citou relatórios esta semana do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais (MARN) nos quais aquela entidade admite não ter nenhum estudo técnico que valide a reativação da exploração mineira em território salvadorenho.
“Esse governo não vai ser eterno, o ouro não se consegue em meses, são processos que duram anos, ninguém garante que Bukele ainda governará nos próximos 20 anos, então as empresas devem pensar no que vão fazer “, disse Peter Nataren, do Ades Santa Marta, um dos grupos mais ativos contra a mineração.
Por sua vez, o bispo da Igreja Episcopal Anglicana de El Salvador, David Alvarado, alertou que a mineração é a morte para o povo salvadorenho tendo em conta que “todas as bacias hidrológicas deste país vão desaguar” no rio Lempa. “Unimo-nos para dizer não à mineração, a vida é mais importante”, frisou.
Na véspera, em conferência de imprensa, o presidente salvadorenho defendeu o seu plano e afirmou que “os rios de El Salvador não estão contaminados pela mineração”, mas estariam contaminados por outros resíduos.
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