“A recusa de Audrey Azoulay (diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Unesco) em respeitar o mandato que lhe foi confiado na parte relativa à segurança dos jornalistas a torna cúmplice da guerra de informação contra a verdade orquestrada pelo Ocidente contra a Rússia”, explicou o ministro das Relações Exteriores russo.
Nesse sentido, Lavrov acrescentou em uma reunião geral da Comissão Nacional da Unesco que a recusa da diretoria da organização em condenar os assassinatos de jornalistas no gigante eurasiano não é particular de Moscou, pois há acusações de outras nações.
O chefe da diplomacia russa descreveu como “muito sintomático” o fato de que muitos territórios da maioria mundial têm uma série de reclamações semelhantes contra o Secretariado da Unesco e, pessoalmente, contra o diretor-geral dessa organização internacional.
“As críticas se devem a anos de negligência em relação ao seu dever, ocultando os fatos sobre os países em questão, falsificando os fatos e consentindo com a disseminação de informações amplamente falsas”, enfatizou o ministro das Relações Exteriores.
A esse respeito, ele citou como exemplo a recusa das autoridades francesas em conceder vistos ao pessoal russo para participar das ações da Unesco, sediadas no país europeu.
Nesse contexto, ele disse que todas essas ações demonstram como o órgão internacional atende aos interesses daqueles que querem infligir uma “derrota estratégica” à Rússia e seguir o plano de Kiev e seus aliados no Ocidente.
“Fazendo o jogo das autoridades ucranianas e de seus patronos ocidentais, o Secretariado está vergonhosamente em silêncio sobre a destruição maciça e sistêmica de monumentos do patrimônio histórico e cultural russo na Ucrânia e nos estados bálticos, bem como sobre aqueles que buscam abolir tudo o que é russo, desde a participação de Moscou em processos internacionais até a cultura, a educação e os valores religiosos”, disse o ministro.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, o Ocidente coletivo está tentando colocar as estruturas e secretarias de organizações internacionais sob seu controle.
Isso também se aplica à Unesco. As tentativas de politizar suas atividades continuaram, apesar das graves violações de seus estatutos. Observamos constantemente a aplicação de padrões duplos quando o Conselho Executivo adota decisões antirrussas sobre a Crimeia e a Ucrânia, observou Lavrov.
Sobre esses tópicos, ele concluiu que “essas decisões vão muito além do mandato e da competência dessa estrutura, que já teve um merecido prestígio universal”.
mem/odf/bm