Em um comunicado, o presidente angolano João Lourenço, mediador designado pela União Africana para a crise político-diplomática e de segurança entre Kinshasa e Kigali, lamentou a ocupação da cidade de Goma e pediu a retirada imediata do Movimento 23 de Março (M23) dos territórios usurpados.
Também solicitou a retirada imediata das Forças de Defesa de Ruanda do território congolês, a fim de criar as condições necessárias para estabilizar a vida da população, incluindo a normalização do funcionamento do aeroporto de Goma.
Isso facilitaria o retorno seguro dos membros do Mecanismo de Verificação Aprimorado e Ampliado (EVM) e do Mecanismo de Verificação Ampliado da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, bem como a entrada de ajuda humanitária para as populações deslocadas e refugiadas, acrescentou.
O comunicado reiterou que as discussões sobre a questão do M23 e de todos os outros grupos armados que operam na RDC devem ser retomadas com urgência dentro da estrutura do Processo de Nairóbi, uma plataforma para a promoção do diálogo nacional congolês. A nota resume as medidas tomadas para alcançar a paz no conflito entre a RDC e Ruanda, onde ambos os lados concordaram com um cessar-fogo, em vigor a partir de 4 de agosto de 2024.
Eles também concordaram com a neutralização das Forces Démocratiques pour la Libération du Rwanda (FDLR) e com a retirada das forças/elevação das medidas de segurança tomadas por Ruanda, ou seja, a retirada das Forças de Defesa de Ruanda do território da RDC.
Os dois países adotaram o Conceito de Operações para avançar nesse caminho e o Mecanismo de Verificação ad hoc com oficiais de ligação da RDC e de Ruanda, aspectos que ficaram no ar após a suspensão da cúpula tripartite em 15 de dezembro de 2024 e a retomada das hostilidades no leste do Congo.
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