A ex-presidente de fato Jeanine Áñez Camacho, presa desde dezembro de 2022, e Pumari, que também está preso nessa condição, foram investigados nesse caso.
O caso também incluiu os ex-generais das Forças Armadas Williams Kaliman e Carlos Orellana, o ex-comandante da polícia Yuri Calderón e o ex-ministro Luis Fernando López, todos declarados “rebeldes” por terem fugido da Bolívia, bem como o ex-inspetor geral do exército Jorge Fernández.
Áñez, 48 horas depois de assumir ilegalmente a presidência do país em 12 de novembro de 2019, assinou o Decreto Supremo 4078 (conhecido como Decreto da Morte), que isentou militares e policiais de responsabilidade criminal pela violência aplicada na repressão contra aqueles que exigiam a restauração da ordem constitucional.
Como resultado, os massacres de Senkata, na cidade de El Alto; El Pedregal, em La Paz; e Sacaba, no departamento de Cochabamba, resultaram em quase 40 mortes e centenas de pessoas feridas por armas de fogo, além de milhares de presos e torturados.
De acordo com documentos do Ministério Público, “há provas suficientes” de que Camacho é o autor dos crimes de “financiamento do terrorismo, suborno ativo, sedução de tropas, incitação pública à prática de crimes e associação criminosa, tipificados e punidos nos artigos 133 bis, 158, 127, 130 e 132 do Código Penal”.
O acusado revelou em dezembro de 2019, em uma reunião com aliados do golpe, filmada e transmitida por várias emissoras de televisão, que seu pai, José Luis, negociou um acordo com militares e policiais para que não apoiassem o então presidente Evo Morales, em meio ao golpe que culminou com sua renúncia em 10 de novembro daquele ano.
Pumari também foi parte ativa das mobilizações violentas sob o pretexto de suposta fraude nas eleições gerais de 2019, com o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA), um ato ilícito que foi desmentido por especialistas internacionais.
De acordo com o Ministério Público, foram coletadas centenas de provas, incluindo um total de 131 depoimentos informativos entre testemunhas que participaram de reuniões e eventos durante os conflitos de outubro de 2019, além dos depoimentos informativos dos acusados, bem como provas forenses e documentais.
Por outro lado, o advogado do governador de Santa Cruz, Martín Camacho, disse à imprensa no dia anterior que havia levantado as exclusões probatórias de mais de 200 documentos incluídos no processo pela promotoria.
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