Algumas organizações que antes lideravam o cenário político equatoriano foram praticamente eliminadas e terão pouca ou nenhuma representação no legislativo.
Os atuais candidatos presidenciais que ficaram abaixo de um por cento são Henry Cucalón (Construye), Francesco Tabacchi (do CREO, partido do ex-presidente Guillermo Lasso), Henry Kronfle (Partido Social Cristão), Juan Iván Cueva (Amigo) e Carlos Rabascall (Esquerda Democrática).
A eles se juntam Enrique Gómez (SUMA), Víctor Araus (Povo, Igualdade e Democracia), Luis Tillería (Avanza) e quem obteve os piores resultados foi Iván Saquicela (Democracia Sim), ex-presidente do Tribunal Nacional de Justiça.
Pedro Granja (Partido Socialista Equatoriano), Jimmy Jairala (Centro Democrático) e Jorge Escala (Unidade Popular) também não atingiram o limite de um por cento.
Para a comunicadora e socióloga Irene León, coordenadora da Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade (REDH) – Capítulo Equador, esses resultados eram previsíveis.
León considerou que, dessa dezena, os que se definem como de esquerda, acabaram por jogar em benefício da direita com propostas contrárias às de Luisa González, da Revolução Cidadã (RC).
Muitos desses candidatos contribuíram para a demonização da RC e, em um contexto como o do Equador, isso levanta questões sobre o papel da esquerda, comentou o analista em declarações à Prensa Latina.
O historiador equatoriano Juan Paz y Miño expressou opinião semelhante, dizendo que os movimentos tradicionais de esquerda não conseguiram ser uma alternativa eleitoral, uma vanguarda política para o povo, ou representantes exclusivos ou massivos do marxismo “autêntico e verdadeiro”.
Ele destacou que nem a centro-esquerda nem a direita receberam apoio, o que “demonstra a necessidade de uma nova lei sobre partidos e movimentos políticos que ponha fim a um “sistema multipartidário” sem representação social ou significado político”.
Neste contexto de polarização política, o Equador voltará às urnas no dia 13 de abril para um novo segundo turno para definir o chefe do Executivo para o período 2025-2029 entre González, com uma proposta de justiça social e desenvolvimento, e o atual presidente Daniel Noboa, que promove um projeto de direita e neoliberal.
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